HISTÓRIA DE ELDORADO DOS CARAJÁS
Fonte: wikipedia.or |
ETIMOLOGIA
O nome Eldorado foi escolhido por representar o boom mineral que a região onde está o município vivencia nos primeiros anos de sua formação. Se relaciona com a antiga lenda narrada pelos índios aos espanhóis na época da colonização das Américas. Falava de uma cidade cujas construções seriam todas feitas de ouro maciço e cujos tesouros existiriam em quantidades inimagináveis. O imaginário popular dos primeiros habitantes de Eldorado dos Carajás refletia a busca pela "cidade perdida" pelas "montanhas de ouro". O termo Eldorado(EL Dorado em castelhano) significa "O homem dourado".
O complemento ao primeiro nome "Carajás", existe em função da proximidade do município com o grande complexo geológico regional: a Serra dos Carajás. A influência dos projetos mineralógicos desenvolvidos no maciço da Serra dos Carajás acabou se encerrando no próprio nome do município. O termo Carajás (Kara já em Jê "Kara" brilhante e "Já" céu significa basicamente "estrela"
HISTÓRIA
Eldorado dos Carajás, assim como praticamente toda região Sul do Pará teve sua origem ligada aos grandes projetos minerários locais. Desde o inicio de 1970 a região de Eldorado vivencia o Projeto Grande Carajás que previa desde a instalação de uma infraestrutura para extração do minério da Província Mineral do Carajás, a alojamento do pessoal, condições logísticas, indústrias de beneficiamento mineral, matriz energética, infraestrutura urbana comercial, e cadeia produtiva local para abastecimento do projeto. pois além de cumprir com um dos grandes objetivos do governo militar que era "promover a ocupação de vazios demográficos", também permitia a instalação de uma colonização de caráter agrícola que viria resolver dois problemas cruciais migração da mão-de-obra, e a produção local,. por tanto a colonização da Gleba Abaeté, oferecia todas as condições para que pudesse ser realizada com êxito.
COLONIZAÇÃO
Eldorado dos Carajás, originou-se de um empreendimento particular - Fazenda Gleba Abaeté, tendo como proprietário Geraldo Mendonça, e implantado dentro das terras do município de Marabá. Os primeiros colonos da Gleba Abaeté foram Manoel Alves da Costa que se instalou no local em 2 de maio de 1980, José Leandro e Cicero Tiago da Silva, todos com suas respectivas famílias. Outros colonos chegaram ao local atraídos pala implantação do Projeto Grande Carajás e, posteriormente, pelo advento do garimpo de Serra Pelada. O somatório desses fatores e o consequente desenvolvimento que eles trouxeram para o empreendimento, contribuíram para que ele se transformasse numa das localidades mais importantes do município de Marabá, passando a ser conhecida já com o nome de Eldorado dos Carajás.
Conforme novos colonos chegavam, a importância da localidade de Eldorado dos Carajás crescia. Em 1987 Eldorado foi elevado a categoria de distrito do município de Marabá, que permitiu a instalação de uma subprefeitura em 1989 já como município de Curionópolis. Neste período também ocorreu o primeiro grande boom populacional local, graças principalmente ao florescer das atividades de extração madeireira, e criação de bovinos para corte e leite.
A EMACIPAÇÂO
Quando Marabá teve sua área territorial desmembrada para construir o município de Curionópolis, segundo a lei nº 5.444, de 10 de maio de 1988, havia uma expectativa e interesse muito grande da população local que a sede do novo município, fosse instalada em Eldorado dos Carajás. Por razões técnicas diversas, Eldorado perdeu o pleito para Curionópolis, pois a urbe adversaria se encontrava melhor assistida de infraestrutura, e estava geograficamente mais ao centro do município, e próximas das áreas mineradoras..
A primeira mobilização popular para emancipação de Eldorado, culminou com a elaboração de um abaixo-assinado pela impugnação do desmembramento de Curionópolis, uma vez que também haviam demandas contra a desvinculação da localidade de Eldorado, daquele município, caso o primeiro viesse a ganhar autonomia municipal.
Fonte: wikpedia.or |
Fonte: blogdovalmutran.blogspot.com |
DEP. GEOVANNI QUEIROZ
Requerendo a instalação do processo de emancipação politico-administrativa. Cumpridas as formalidades legais, O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) fixou a data do plebiscito, que manifestou favorável ao desmembramento da localidade de Eldorado do município de Curionópolis. Do total de 1.415 eleitores que compareceram ao pleito eleitoral, 1.323 votaram sim e 30 votaram não, além de 58 votos em branco e 4 nulos. Pela lei nº 5.687, estatuída pela Assembleia Legislativa do estado do Pará e sancionada pelo Governador Jader Barbalho, no dia 13 de dezembro de 1.991, foi criado o município de Eldorado dos Carajás, tendo sua área desmembrada do município de Curionópolis.
O MASSACRE DE ELDORADO DOS CARAJÁS
O massacre de Eldorado dos Carajás foi a morte de 19 dezenove sem-terra que ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, sul do Pará, Brasil decorrente da ação da policia do estado do Pará.
Fonte: pt.wikipedia.or |
UMA CRUZ MARCA O LOCAL DO MASSACRE EM ELDORADO DOS CARAJÁS
Dezenove (19) sem-terra foram mortos pela Policia Militar do Estado do Pará. O confronto ocorreu quando 1.500 sem-terra que estavam acampados na região, decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A Policia Militar foi encarregada de tirá-los do local, porque estariam obstruindo a Rodovia BR-155, que liga a capital Belém ao sul do estado.
brunoparaense2020.blogspot.com |
GOVERNADOR ALMIR GABRIEL
O episódio se deu no governo de Almir Gabriel, o então governador. A ordem para ação policial partiu do secretário de segurança do Pará Paulo Sette Câmara, que declarou, depois do ocorrido, que autorizara "usar a força necessária, inclusive atirar" de acordo com os sem-terra ouvidos pela imprensa na época, os policiais chegaram ao local jogando bombas de gás lacrimogêneo. Segundo o legista Nelson Massini, que fez a a pericia dos corpos, pelo menos 10 sem-terra foram executados a queimar roupa sete lavradores foram mortos por instrumentos cortantes, como foices e facões
Blog:desacato.infor foto:httppessoas.hsw.uol.com.br |
Uma semana depois do massacre, o Governo Federal confirmou a criação do Ministério da Reforma Agrária e indicou o então presidente do Ibama Raul Jungmann, para o cargo de ministro, José Gregori, que na época era chefe de gabinete do então ministro da justiça Nelson Jobim, declarou que " o réu desse crime é a policia, que teve um comandante que agiu de forma inadequada, de uma maneira que jamais poderia ter agido" ao avaliar o vídeo do confronto.
Fonte:pt.wikipédia.org |
PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
O então presidente Fernando Henrique Cardoso determinou que tropas do exército fossem deslocadas para a região em 19 de abril com o objetivo de conter a escalada de violência. O presidente pediu a prisão imediata dos responsáveis pelo massacre. O ministro da justiça Nelson Jobim, juntou-se às autoridades policiais, e do Judiciário do Pará a pedido do governo federal, para acompanhar as investigações. O general Alberto Cardoso, ministro-chefe da Casa Militar da Presidência da República, foi o primeiro representante do governo, a chegar a eldorado dos Carajás.
UM DOS RESPONSÁVEIS
No começo de maio de 1996, o fazendeiro Ricardo Marcondes de Oliveira, de 30 anos, depôs, responsabilizando o dono da fazenda Macaxeira pela matança. Ele o acusou de ter pago propina para que a Policia Militar matasse os lideres dos sem-terra. Ele mesmo teria sido procurado para contribuir na coleta. O dinheiro seria entregue ao Coronel Mário Pantoja, comandante da PM de Marabá, que esteve à frente da operação que resultou no massacre. Nenhum fazendeiro ou jagunço foi indiciado no inquérito da policia.
Imagem Blog:altamiroborgrs.blog spot.com |
ENVOLVIDOS
Os 155 policiais militares que participaram da operação foram indiciados sob acusação de homicídio pelo Inquérito Policial Militar (IPM). Esta decisão foi tomada premeditadamente, pois pela nossa lei penal, não há como punir um grupo, pois a conduta precisa ser individualizada. Como não houve pericia nas armas e projéteis para saber quais policiais atingiram determinadas vitimas, os 21 homicídios e as diversas lesões, permanecem impunes. Em outubro do mesmo ano, o procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, determinou que a Policia Federal reconstituísse o inquérito, pois estava repleto de imperfeições técnicas. Neste parecer, Brindeiro diz ainda que o governador Almir Gabriel autorizou a desobstrução da entrada e que portanto, tinha conhecimento de operação. No final do ano, o processo, que havia desdobrado em dois volumes, ainda estava parado no Tribunal de Justiça de Belém, que trata dos crimes de lesões corporais, e no Fórum de Curionópolis, que ficou encarregado dos homicídios. Em maio de 2012, o Coronel Mário Colares Pantoja e o Major José Maria Pereira de Oliveira foram presos, e condenados o primeiro a 228 anos, e o segundo a 158 anos de reclusão, pelo massacre.
MEMORIAL
O Monumento Eldorado memória, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer para lembrar as vitimas do massacre dos sem-terra, inaugurado no dia 7 de setembro de 1996, em Marabá foi destruído dias depois. Um dos lideres dos sem-terra do sul do Pará afirmou que a destruição foi encomendada pelos fazendeiros da região. O arquiteto disse que já esperava por isto "Aconteceu o mesmo quando levantamos o Monumento em homenagem aos operários mortos pelo Exército na ocupação da CSN, em Volta redonda, no Rio de Janeiro" comentou.
Imagem-Blog: caririfas.org.br |
Pesquisa de Imagem: fontes já citadas
Edição, e Montagem de Texto
Tony Silva
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário